abate

fortes que nós somos, vamos fingir que todos os abates são invisíveis

até que chegue a nossa hora de pegas

a 4 de Dezembro de 2013 escrevia:


em 22 de Julho de 2013 escrevi à mão.....

......uma promessa a mim mesmo que esqueci um pouco mais tarde como provei umas páginas adiante do mesmo caderno que vou deitar fora


Vou começar a marcar as datas em que me sento para escrever.
Durante estes últimos anos deixei de marcar datas por pensar que nunca me esqueceria  ou porque haveria algum marco a avivar-me a memória.

Agora perdi toda a esperança nas minhas memórias. Ainda não me deixei esquecer algumas poucas datas. E seria ridículo tentar apontar datas que outros me indicassem porque não seriam as minhas.
Tenho de descansar.


De então para cá esqueci-me das datas e também deste caderno que abri por acaso (ao escolher cadernos para abate) e  onde encontrei muita geometria e outras deambulações de que me não lembrava.

A tapar alguns do meus disparates geométricos  nos estudos então tentados, li o seguinte borrão da mesma  mão que escrevera os disparates:

Nada me parece igual
embora nada tenha mudado de lugar
nem de hora

só um pequeno senão
que não vejo é bastante 
para que tudo pareça diferente.

E não sei o que é 
diferente

ou só parece diferente.

ou
só pareço indiferente.....

................

Vamos à baixa ouvir as gaitas

Não podemos esperar ver as gaitas

Só podemos olhar a escuridão 
reflectida na água

Nem um som se vê

Só podemos saber que andam 
à  solta no vento.


somos, fomos, somos, seremos