quando a cultura se debate
entre ser
qualquer coisa para vender
e ter
qualquer coisa para vender
eu rabisco cornos e asas
que nem se compram nem se vendem
nem por mim nem a ninguém
a cultura
postal do pedagógico
eu preciso de aprender a não dizer por dizer que eu preciso de aprender a não dizer por dizer que eu preciso de aprender a não dizer por dizer que eu preciso de aprender a não dizer por dizer que eu preciso de aprender a não dizer por dizer que eu preciso de aprender a não dizer por dizer que eu preciso de aprender a não dizer por dizer que eu preciso de aprender a não dizer por dizer que eu preciso de aprender a não dizer por dizer que eu preciso de aprender a não dizer por dizer que eu preciso de aprender a não dizer por dizer que eu preciso de aprender a não dizer por dizer que eu preciso de aprender a não dizer por dizer que eu preciso de aprender a não dizer por dizer que eu preciso de aprender a não dizer por dizer que eu preciso de aprender a não dizer por dizer que eu preciso de aprender a não dizer por dizer que eu preciso de aprender a não dizer por dizer que eu preciso de aprender a não dizer por dizer que eu preciso de aprender a não dizer por dizer que eu preciso de aprender a não dizer por dizer que eu preciso de aprender a não dizer por dizer que tem de haver uma razão para aceitarmos ser como somos quem somos sendo outros e estes mesmos nem mais ar nem mais fogo nem mais água nem
tem de haver uma razão para não querermos estar nas reuniões e tem de haver uma outra para sabermos que o tempo está a passar-se sem sermos atraiçoados por uma vida súbita que nos devolvesse o olhar a um outro lugar longe destes dedos vagabundos que deslizam por um postal no outro lado do frio glacial que aqui me faz gritar por me saber capaz de uma dor que não o é por já não sentir coisa alguma fora das palavras por dizer que eu preciso de aprender a não dizer por dizer que eu preciso de aprender a não dizer por dizer que eu preciso de aprender a não dizer por dizer que eu preciso de aprender a não dizer por dizer que eu preciso de aprender a não dizer por dizer que eu preciso de aprender a não dizer por dizer que eu preciso de aprender a não dizer por dizer que eu preciso de aprender a não dizer por dizer que eu preciso de aprender a não dizer por dizer que eu preciso de aprender a não dizer por dizer que eu preciso de aprender a não dizer por dizer que eu preciso de aprender a não dizer por dizer que eu preciso de aprender a não dizer por dizer que eu preciso de aprender a não dizer por dizer que eu preciso de aprender a não dizer por dizer que eu preciso de aprender a não dizer por dizer que eu preciso de aprender a não dizer por dizer que eu preciso de aprender a não dizer por dizer que eu preciso de aprender a não dizer por dizer que eu preciso de aprender a não dizer por dizer que eu preciso de aprender a não dizer por dizer que eu preciso de aprender a não dizer por dizer que eu preciso de aprender a não dizer por dizer que eu preciso de aprender a não dizer por dizer que eu preciso de aprender a não dizer por dizer que eu preciso de aprender a não dizer por dizer que eu preciso de aprender a não dizer por dizer que eu preciso de aprender a não dizer por dizer que eu preciso de aprender a não dizer por dizer
A pista escandinava
E é altura de voltar à pista escandinava. Os nossos jornais que tanto abusaram da inspiração na musa escandinava para as escolas podem agora verificar que, se há arguidos entre os políticos nacionais, regionais ou locais escandinavos, a ninguém passa pela cabeça que suspeitos e arguidos possam apresentar-se como candidatos. Por cá, dezenas de arguidos por acções ligadas ao desempenho de cargos públicos estão a candidatar-se a cargos públicos, obtendo o favor de todos os jornais para publicitar as suas actuações mais ou menos à margem das leis e dos bons costumes.
Espalhemos o exemplo escandinavo! Então? Vamos lá a isso! E agora nem é preciso mentir!
[o aveiro;29/09/2005]
Pájaros
Vuelven incompreensibles bajo leys de vértigo y olvido.
Ainda.Gamoneda
irmandade das almas - VII
Levantou-se, enquanrto falava, o irmão Ulisses. [Exaltava-o a ideia de que estava preso, retido, apesar dos seus queixumes, pela filha de Atlas que não cessa de o seduzir com palavras doces e lisongieras para que ele se esqueça de Ítaca, da vida distinta da vida dos deuses.]
Não sei se me entendem, mas reputo esta questão de muito importante para irmãos do nosso tipo! - reclamou Ulisses, olhando de soslaio para o irmão Foz do Riacho, que até aí se tinha mantido sem qualquer marulho. Marulhou então, de acordo, e citou Bob Dylan, cantarolando em relação aos temas da situação nacional e internacional sobre o que se podia fazer:
Os grandes livros foram escritos/ os grandes ditos foram ditos/ e eu só quero pintar um quadro/ do que acontece por aqui de vez em quando/ ainda que não entenda bem o que se passa/ sei que morreremos algum dia, e que nenhuma morte deterá o mundo. E fehou a comporta.
Marta D. saíu. Saíram. Sem saber se de casa, se da casca. A escuridão tinha tomado conta da cidade. Um poeta pintava janelas iluminadas. Quando os irmãos acordaram havia frio em todas as direcções. E desjearam o conforto do partido.
As ruas encheram-se de ecos de passos dos automóveis partindo.
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