a 5 de junho....

... vencem os que nos troikatrilham...
... enquanto outros recomeçam combates de sempre, como sempre.

manifesto eleitoral

perguntam-me que vou fazer quando me reformar.
posso responder a isso.
tenho muitas coisas ainda por fazer que sempre fui adiando e talvez já não possa fazer porque nunca tomei notas e esqueci-me de muitas palavras que me ficaram atravessadas na garganta e nunca foram ditas e muito menos escritas e
a) posso voltar a estudar matemática básica com disciplina e afinco.
b) posso ler poesia com disciplina e afinco.
c) posso ler romances com disciplina e afinco.
d) posso escrever algumas frases de que me lembre.

e) e posso desenhar.

para isso preciso de tempo e
para tudo isso e para tomar banho concertei as mãos gastas a arranhar as paredes possíveis e a trepar paredes erguidas a pique contra mim muitas destas por mim erguidas.

desenhar o desnecessário sentido

desenhar um monte de

olhaste para ela e viste o quê?

daqui a pouco é noite

daqui a pouco é noite e acendem-se as luzes da fogueira
para  encher praças de assombrações e máscaras confiantes

que dançam na alegria dos comícios das festas manifestantes
contra a ganância mais podre mais cruel e carniceira

daqui a pouco é noite antes das avisadas noites que virão
adivinhadas arrogâncias de catedrais que não descansam

nem esquecem a arte das fogueiras de sombras que dançam
num fragor de derrocada do altar  proclamada como sermão

daqui a pouco é noite nós cá estamos despertados moribundos
não se esqueçam de nós que vos passámos pelas penas do perdão

ai como sempre se esqueceram de nós nas casas dos fundos
nós contamos as canções mudas do pavor na vossa ressurreição

daqui a pouco é noite ainda vamos a tempo esperem um pouco
ainda sobra um alento ainda sopra o vento num verso rouco

ainda há gente a gritar ainda há gente a rir ainda há gente ainda
que forma a frente a unida frente que vos faz frente e nunca finda

daqui a pouco é a noite que à luz do dia é ainda  a mais linda.

a cidade onde

desenho, logo existo

to BE or not to BE...

... to BE!

Votar contra os que nos odem

Dou por mim a pensar no passado que conheço
E sem fazer profecia alguma que isso não vem ao caso
Levanto-me do chão de vespas em que amanheço
Para me coçar onde me mordem as virtudes um pouco ao acaso

E para me lembrar em cada dia que rápido passa
De ladrões e quadrilhas que me roubam sono e vida
Sem haver prisão que os detenha e como isso é desgraça
Fazer votos e dar voto que seja lenço e desejo de despedida

Ajudando assim a minha gente mesmo que ela seja insensata
E medrosa e crente na eterna demissão face aos que tudo podem
Vou votar com pontaria afiada que mesmo uma pistola de lata
Pode ser a melhor arma de dignidade contra os que tudo odem