um instante e nada mais
uma brisa a fazer soar os sinos de sincelo
e uma fogueira longínqua nos campos
que aquece o restolho em descanso
até ser a podre cama do pão e da vida:
como fermento ou larva de nervos
assim soamos hoje como o estalar de dedos
ou a senha que nos leva para o futuro dos outros.
de soslaio
diz-se que,
de longa data, são os amigos que
partiram para nunca mais os veres
diz-se que,
ainda antes de os veres, são amigos os que
te sulcaram até teres dado por eles
diz-se que,
o tempo todo, são amigos os que
ficaram parados onde tu sabes sem saberes
diz-se que,
até amanhã, são amigos os que
estão emboscados no cheiro do teu medo de os perderes.
de longa data, são os amigos que
partiram para nunca mais os veres
diz-se que,
ainda antes de os veres, são amigos os que
te sulcaram até teres dado por eles
diz-se que,
o tempo todo, são amigos os que
ficaram parados onde tu sabes sem saberes
diz-se que,
até amanhã, são amigos os que
estão emboscados no cheiro do teu medo de os perderes.
eu queria tanto que vissem ...
e sentissem a matemática do natal que não resisti a roubar o "ambigrama" de Eric/Moacyr amalgamar . Cliquem na "mensagem caligráfica" para ir até ao Braisl e ver o movimento que vos quis mostrar e não só o que vos quis dizer.
a alegria da despedida
Assisto à morte deste ano com as frases de circunstância de que antes assim, coitado que sofreu tanto, coitado que viveu toda a sua vida no meio de tanto sofrimento, ocupado por guerras militares, paramilitares, sujas, santas, satânicas, religiosas e civis, por ataques terroristas, por danos colaterais, por contrabando de polónio, por isto e mais aquilo.
Mas foi também o ano em que os poderosos deste mundo tiveram de engolir mentiras e reconhecer erros do tamanho dos milhares de mortos militares e civis inocentes que foram contabilizados como danos colaterais até serem demais. Alguns políticos ficaram cercados por muralhas de mortos que mandaram matar enquanto rezavam, enquanto juravam justiça infinita, invocavam o nome de deus ou da democracia e ofereciam liberdade aos mortos quando os libertavam desta vida.
Assisto à morte deste ano com as frases de circunstância de que antes a morte que tal sorte, coitado que sofreu na carne dos seus contemporâneos a perseguição de catástrofes naturais, as mudanças climáticas, a vingança da terra mãe torturada até se retorcer nas dores de um parto de dor, a vingança do universo inteiro contra a viagem do predador maior, o vento tornado furacão correndo pela terra como se a terra fosse um desfiladeiro a devastar, o vale de lágrimas, a água violenta galgando as margens e tomando de assalto as suas linhas, as rugas por onde antes a terra escoava lágrimas de felicidade.
Mas foi também o ano em que poderosos deste mundo juntaram as suas vozes às vozes que, desde há muito anos, andam clamando até serem roucas e loucas defensoras da mudança, da paragem da ocupação selvagem do mundo natural que cria reservas naturais para a vida vegetal e animal e impermeabiliza a terra com pele de betão e alcatrão e nos fecha numa estufa, no efeito da estufa, de fronteiras atmosféricas artificiais com venenos emanados das chaminés que arranham os céus até deles fazer a ferida, a gangrena de uma civilização que se esqueceu de o ser.
Assisto à morte deste ano seguindo curiosamente as missas e pompas fúnebres, as pateadas e os aplausos a quem morre. Há quem guie os seus últimos dias para um rio poluído e podre, mas também para um rio de esquecimento.
Assistirei ao nascimento do novo ano com o optimismo desmedido na força de quem sobrevive e renasce despedindo as dores, despindo-se das dores e de todo o mal. Um ano bom é o que nos espera. Não quero menos.
[o aveiro; 28/12/2006]
Mas foi também o ano em que os poderosos deste mundo tiveram de engolir mentiras e reconhecer erros do tamanho dos milhares de mortos militares e civis inocentes que foram contabilizados como danos colaterais até serem demais. Alguns políticos ficaram cercados por muralhas de mortos que mandaram matar enquanto rezavam, enquanto juravam justiça infinita, invocavam o nome de deus ou da democracia e ofereciam liberdade aos mortos quando os libertavam desta vida.
Assisto à morte deste ano com as frases de circunstância de que antes a morte que tal sorte, coitado que sofreu na carne dos seus contemporâneos a perseguição de catástrofes naturais, as mudanças climáticas, a vingança da terra mãe torturada até se retorcer nas dores de um parto de dor, a vingança do universo inteiro contra a viagem do predador maior, o vento tornado furacão correndo pela terra como se a terra fosse um desfiladeiro a devastar, o vale de lágrimas, a água violenta galgando as margens e tomando de assalto as suas linhas, as rugas por onde antes a terra escoava lágrimas de felicidade.
Mas foi também o ano em que poderosos deste mundo juntaram as suas vozes às vozes que, desde há muito anos, andam clamando até serem roucas e loucas defensoras da mudança, da paragem da ocupação selvagem do mundo natural que cria reservas naturais para a vida vegetal e animal e impermeabiliza a terra com pele de betão e alcatrão e nos fecha numa estufa, no efeito da estufa, de fronteiras atmosféricas artificiais com venenos emanados das chaminés que arranham os céus até deles fazer a ferida, a gangrena de uma civilização que se esqueceu de o ser.
Assisto à morte deste ano seguindo curiosamente as missas e pompas fúnebres, as pateadas e os aplausos a quem morre. Há quem guie os seus últimos dias para um rio poluído e podre, mas também para um rio de esquecimento.
Assistirei ao nascimento do novo ano com o optimismo desmedido na força de quem sobrevive e renasce despedindo as dores, despindo-se das dores e de todo o mal. Um ano bom é o que nos espera. Não quero menos.
[o aveiro; 28/12/2006]
o que nos falta saber
Entre um ano e outro, apetece falar do que foi feito de nós e logo de quem gostávamos de vir a ser em vez de nós. Alguns de nós, os que fazemos propósitos firmes de emenda, ficamos contentes quando nos convencemos que uma versão melhorada do que fomos é possível. Outros, os que fazemos juras de vingança do passado, não nos satisfazemos com menos que uma mutação que nos faça vedeta da rádio e da tv. E, a alguns de nós, aos que desistimos todos os dias, satisfaz-nos escrever pequenas prosas em que não assumimos a culpa a seguir-nos para todo o lado, solteira e desengonçada desculpa para um retrato infeliz, triste e sem cura.
Gostaria de pensar em mim como versão melhorada pela idade.
Ser isto ou aquilo, assumir uma ou outra daquelas posturas na viagem de um ano para o outro, influencia as nossas decisões e isso é tanto mais importante quanto elas podem influenciar a vida de outros. Se eu acreditar que a minha humanidade pode ser melhorada, avalio os outros de forma consistente com essa ideia e a minha avaliação é feita com o único fito de consagrar o que está bem e indicar o que pode ser melhorado e isso é também em parte fazer luz sobre o que deve ser deixado para trás. Quem ensina, modifica e participa das mudanças individuais e, logo, de lentíssimas mudanças sociais. Quem aprende, muda.
A ninguém se pede que ame abstractamente a criação. Nós crescemos quando nos incorporamos no que os outros em potência são e quando lhes fornecemos a energia que os faça livres e diferentes e capazes de criar outros. Quando amamos, os pequenos vincos e as fundas rugas têm nomes de pessoas. Uma grande parte do esforço vem do exemplo, da forma de estar, do riso de vivos com a força da fragilidade, da recusa do absoluto, da fraqueza que é a crença vital de que podemos ser melhores amanhã e que podemos educar para o bem.
Acreditem ou não, por estes dias somos forçados a olhar para o espelho para nos vermos de frente. Na aparência, descrevemos os estudantes que apreciamos mesmo quando os julgamos. Na realidade, rabiscamos notas que, todas juntas, formam afinal um retrato - o nosso. O que nos falta saber é quem se esconde do outro lado do espelho à nossa frente.
[o aveiro; 21/12/2006]
Gostaria de pensar em mim como versão melhorada pela idade.
Ser isto ou aquilo, assumir uma ou outra daquelas posturas na viagem de um ano para o outro, influencia as nossas decisões e isso é tanto mais importante quanto elas podem influenciar a vida de outros. Se eu acreditar que a minha humanidade pode ser melhorada, avalio os outros de forma consistente com essa ideia e a minha avaliação é feita com o único fito de consagrar o que está bem e indicar o que pode ser melhorado e isso é também em parte fazer luz sobre o que deve ser deixado para trás. Quem ensina, modifica e participa das mudanças individuais e, logo, de lentíssimas mudanças sociais. Quem aprende, muda.
A ninguém se pede que ame abstractamente a criação. Nós crescemos quando nos incorporamos no que os outros em potência são e quando lhes fornecemos a energia que os faça livres e diferentes e capazes de criar outros. Quando amamos, os pequenos vincos e as fundas rugas têm nomes de pessoas. Uma grande parte do esforço vem do exemplo, da forma de estar, do riso de vivos com a força da fragilidade, da recusa do absoluto, da fraqueza que é a crença vital de que podemos ser melhores amanhã e que podemos educar para o bem.
Acreditem ou não, por estes dias somos forçados a olhar para o espelho para nos vermos de frente. Na aparência, descrevemos os estudantes que apreciamos mesmo quando os julgamos. Na realidade, rabiscamos notas que, todas juntas, formam afinal um retrato - o nosso. O que nos falta saber é quem se esconde do outro lado do espelho à nossa frente.
[o aveiro; 21/12/2006]
o natal dos guarda-costas
" Já poisou toda a poeira que tinha de poisar sobre a capa do livro. Já ninguém se lembra e todos se lembram daquele natal em que os patrões da indústria do bem rebolado acabaram todos presos. Depois de alguma agitação, o silêncio caiu como chuva miudinha sobre todo o bem e todo o mal. Para o bem e para o mal, uma nuvem de sossego ficou a pairar sobre o país. Como se fosse uma nuvem de algodão doce, a nuvem de sossego foi lambida pelos meninos que até aí tinham sido comprados e vendidos pelos patrões da indústria e mercadores do bem bolado. Sossegados, os meninos começaram a jogar à bola e, tão bem jogaram alguns deles, que houve jornalistas a ir ver, para dar notícia sobre as suas habilidades, e não, como antigamente, sobre as cotações no mercado dos meninos ou sobre os escândalos bovinos dos bacanalneários adjacentes aos relvados, pastos e repastos."
Nas histórias do bem, há sempre uns homens velhos e umas mulheres novas. Estas nunca dormem para ganhar a merecida fama de dormir com os velhos. Um dia, tendo sido espancada e despedida da profissão de dormir com o velho capitão da indústria, uma mulher jovem viu-se livre para a memória sobre a sua passagem pela claque da indústria do bem bolado. Gostava de falar alto sobre a sua participação para combater a solidão tricotada por guarda-costas. Uma mão atenta da indústria do bem impresso deu à estampa em livro uma encomenda de terror mesquinho, de amor mesquinho, de humor negro mesquinho. O lançamento do livro atingiu em cheio a letargia que acordou e, ainda estremunhada, mandou começar uma instrução qualquer sobre a melhor maneira de escrever velhos recados amorosos não comprometedores.
Pequenas estátuas da jovem mulher que apita aos velhos foram vendidas como balas ou gomas para grandes batalhas entre claques do deixa estar, do deixa andar e do desleixa. A mulher jovem apita arrependimento sobre o bem que encomendou contra este ou aquele e há quem disfarce a sua capacidade de fazer o bem com declarações não declarativas enroladas em sorrisos afiados como facas.
Eu só estou preocupado com a escritora. Antes de ser despedida da vida difícil para se dedicar à escrita fácil, a jovem vivia rodeada pelos que guardavam as costas dos velhos. Agora anda pelas sessões de autógrafos rodeada de guarda-costas dos centros comerciais ou da indústria do bem impresso de sucesso. Quando é que me deixam ver as costas da rapariga? Quando é que me deixam vê-los a todos pelas costas?
Defendo que lhes seja indicado o caminho da salvação e que sejam ajudados a procurar e a ir com as suas armas e bagagens para algum paraíso... Fiscal, como lhes convém. Pode ser longe?
[o aveiro; 14/12/2006]
Nas histórias do bem, há sempre uns homens velhos e umas mulheres novas. Estas nunca dormem para ganhar a merecida fama de dormir com os velhos. Um dia, tendo sido espancada e despedida da profissão de dormir com o velho capitão da indústria, uma mulher jovem viu-se livre para a memória sobre a sua passagem pela claque da indústria do bem bolado. Gostava de falar alto sobre a sua participação para combater a solidão tricotada por guarda-costas. Uma mão atenta da indústria do bem impresso deu à estampa em livro uma encomenda de terror mesquinho, de amor mesquinho, de humor negro mesquinho. O lançamento do livro atingiu em cheio a letargia que acordou e, ainda estremunhada, mandou começar uma instrução qualquer sobre a melhor maneira de escrever velhos recados amorosos não comprometedores.
Pequenas estátuas da jovem mulher que apita aos velhos foram vendidas como balas ou gomas para grandes batalhas entre claques do deixa estar, do deixa andar e do desleixa. A mulher jovem apita arrependimento sobre o bem que encomendou contra este ou aquele e há quem disfarce a sua capacidade de fazer o bem com declarações não declarativas enroladas em sorrisos afiados como facas.
Eu só estou preocupado com a escritora. Antes de ser despedida da vida difícil para se dedicar à escrita fácil, a jovem vivia rodeada pelos que guardavam as costas dos velhos. Agora anda pelas sessões de autógrafos rodeada de guarda-costas dos centros comerciais ou da indústria do bem impresso de sucesso. Quando é que me deixam ver as costas da rapariga? Quando é que me deixam vê-los a todos pelas costas?
Defendo que lhes seja indicado o caminho da salvação e que sejam ajudados a procurar e a ir com as suas armas e bagagens para algum paraíso... Fiscal, como lhes convém. Pode ser longe?
[o aveiro; 14/12/2006]
a bátega caindo
(...)
Acordo
com um som de lágrimas
nos braços. É a aventura
vestida da cinza fria
do cansaço. Bebo
o atrasado veneno da espera, um lagarto
passeando-se na boca.
(...)
José Carlos Soares; Bátega. Porto 2006
Acordo
com um som de lágrimas
nos braços. É a aventura
vestida da cinza fria
do cansaço. Bebo
o atrasado veneno da espera, um lagarto
passeando-se na boca.
(...)
José Carlos Soares; Bátega. Porto 2006
talvez dormir
Quando chega o Natal, dou por mim a seguir com redobrada atenção os anúncios. Recorto anúncios de bonecas quase vivas, as roupas, as casas para elas viverem, as máquinas, os heróis repetidos das bandas desenhadas e da televisão, os telemóveis, os jogos, as consolas, etc. Não, não os recorto dos jornais e revistas. Recordo-os da televisão que vejo e ouço. A televisão mostra o mesmo e mais qualquer coisa que o rádio, o mesmo e mais qualquer coisa que os jornais, etc. A televisão mostra mais.
E a televisão esconde mais que todos os outros meios juntos. Cada um dos três canais populares mostra-se a si mesmo, mostra o que afirma, mostra as suas meninas e os seus meninos feitos modelos, locutores, apresentadores e actores nos seus papéis e depois como actores que representam as suas próprias vidinhas, para voltarem como as personagens dos anúncios publicitários que tudo pagam e tudo compram e nos compram. Os três canais populares fazem de tudo para nos convencer que não há vida fora da vida que nos mostram. São a escola que finge vidas de sonho quando cria o vazio, quando levanta o biombo a separar a realidade... do sonho que comanda a vida.
Talvez seja por isso que a indústria se desdobra em canais e mais canais na obsessão doentia de chegarem a todos e a cada um, sem excepção. Os últimos anúncios para o estertor do mundo que conhecemos, dizem-nos que qualquer de nós deve ter acesso a 65 canais por toda a casa para que cada um faça a sua escolha de solidão em família. Acrescente-se isto aos telemóveis dos fala-sós pela rua e em casa, os computadores que nos ligam ao mundo virtual e nos separam do real, as consolas que fazem da nossa vida um jogo de guerra,... Tudo e em todos os lugares onde cada um possa grunhir a sua individualidade, até que o egoísmo supremo do desconhecimento dos outros transforme em nada as pessoas tipo pai, mãe, irmão, avó,...
Os mandantes destas indústrias e deste estado de coisas enchem a boca de declarações a favor da família e dos altos valores, enquanto vendem trincheiras que fazem das casas das famílias campos de batalha onde ninguém fale para se entender. Sem sabermos como, velhos e jovens aceitam o que antes era individualmente inaceitável - a tortura do sono e o isolamento em quartos minguantes.
De dia, as escolas abrem as salas de aula para jovens. Os jovens comparecem, uns para dormir, alguns para não despertar, outros para desesperar. Se isto é um pesadelo, é melhor acordar. Ou dormir?
[o aveiro; 7/12/2006]
E a televisão esconde mais que todos os outros meios juntos. Cada um dos três canais populares mostra-se a si mesmo, mostra o que afirma, mostra as suas meninas e os seus meninos feitos modelos, locutores, apresentadores e actores nos seus papéis e depois como actores que representam as suas próprias vidinhas, para voltarem como as personagens dos anúncios publicitários que tudo pagam e tudo compram e nos compram. Os três canais populares fazem de tudo para nos convencer que não há vida fora da vida que nos mostram. São a escola que finge vidas de sonho quando cria o vazio, quando levanta o biombo a separar a realidade... do sonho que comanda a vida.
Talvez seja por isso que a indústria se desdobra em canais e mais canais na obsessão doentia de chegarem a todos e a cada um, sem excepção. Os últimos anúncios para o estertor do mundo que conhecemos, dizem-nos que qualquer de nós deve ter acesso a 65 canais por toda a casa para que cada um faça a sua escolha de solidão em família. Acrescente-se isto aos telemóveis dos fala-sós pela rua e em casa, os computadores que nos ligam ao mundo virtual e nos separam do real, as consolas que fazem da nossa vida um jogo de guerra,... Tudo e em todos os lugares onde cada um possa grunhir a sua individualidade, até que o egoísmo supremo do desconhecimento dos outros transforme em nada as pessoas tipo pai, mãe, irmão, avó,...
Os mandantes destas indústrias e deste estado de coisas enchem a boca de declarações a favor da família e dos altos valores, enquanto vendem trincheiras que fazem das casas das famílias campos de batalha onde ninguém fale para se entender. Sem sabermos como, velhos e jovens aceitam o que antes era individualmente inaceitável - a tortura do sono e o isolamento em quartos minguantes.
De dia, as escolas abrem as salas de aula para jovens. Os jovens comparecem, uns para dormir, alguns para não despertar, outros para desesperar. Se isto é um pesadelo, é melhor acordar. Ou dormir?
[o aveiro; 7/12/2006]
a cor
se não há mais que uma cor, a cor que resta
está embalsamada e morta como o portador
que nos espreita
nós sabemos que o morto está lá tão confundido
com o castanho geral: a umbra coada é sombra,
a cor toda, a cor de tudo o que já não apodrece
onde não sobra a vida, a cor é o que permanece.
corpo humano
os alunos de artes do 11º ano da escola josé estêvão refazem a beleza interior do corpo humano.
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Nenhum de nós sabe quanto custa um abraço. Com gosto, pagamos todos os abraços solidários sem contarmos os tostões. Não regateamos o preço d...
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eu bem me disse que estava a ser parvo por pensar que só com os meus dentes chegavam para morder até o futuro e n...