olhar para o chão
dei por mim a olhar para trás e não quero ser o que olha para trás de si que é o lugar do rasto, de rastos. de resto, a vida que interessa está presente. ou não está e nem existe. quando dou um passo em frente dou um passo em frente e nada mais que isso. ainda agora passei pelo que vejo a olhar para trás. ou já lá não está o que fui e olhar para trás significa ver o que não esperava ver? não olho para trás, não olho para a frente. hoje decidi olhar para o chão à minha frente. ando nisto há muitos anos e não vejo mal algum nisso a não ser a frustração de não achar o que resta depois da passagem dos outros. ou será que os que passam nada deixam que possa ver-se? a minha mãe também olhava para o chão meticulosamente e também não achava a passagem dos outros nem seguia rastos ou qualquer pista. por vezes via que ela parava e cuidadosamente arrancava do chão ervas daninhas para que secassem e fossem passadeiras dos passos seus e dos outros. eu não sei quais são as ervas daninhas e o chão não me devolve mais que um eco do meu olhar ignorante e
fazer falar?
falo do que faço. mas será que faço o que falo? falo de amor. mas será que? o que me faz falar? falo com amor, falo por amor, falo. nada faço, mudo.
faz barato, fala barato.
faz barato, fala barato.
asilo
lá fui vivendo enquanto as mais vulgares
palavras entretanto expulsas dos versos
pediam asilo em línguas estrangeiras
palavras entretanto expulsas dos versos
pediam asilo em línguas estrangeiras
Subscrever:
Mensagens (Atom)
-
Nenhum de nós sabe quanto custa um abraço. Com gosto, pagamos todos os abraços solidários sem contarmos os tostões. Não regateamos o preço d...
-
eu bem me disse que estava a ser parvo por pensar que só com os meus dentes chegavam para morder até o futuro e n...