história de um postal em viagem
Tornou-se dificil comprar postais de correio para escrever, desenhar e para a arte postal. Sempre que encontro numa estação compro 10, 20 ou o que houver. Os abusos foram sucedendo. O branco do papel para a escrita passou a estar diminuído por um código de barras. A última fornada de brancos pré-comprados custaram, por unidade, 0.32 euros. Depois ainda fui comprar mais 20, pelos vistos a 0,36 por unidade e com quase todo o espaço ocupado por uma celebração em hora de alguém (frente e verso). Reparei na fotografia que ocupava o lugar para a identificação do remetente, mas não tive o cuidado de verificar o verso. E comprei.
Entretanto recebi devolvido um postal, devolvido de Olhão e carimbado sobre a ilustração, e ontem recebi um outro devolvido de Lisboa com uma grande chapada autocolada na identificação do amigo que o receberia. É o tempo da privatização de uma empresa pública. Acabam as pequenas coisas que dão prejuízos, em particular abandonam as aldeias sem garantias de entrega atempada, experimentam-se novas logísticas com absurdas deslocalizações de serviços de Coimbra para Lisboa, ou Aveiro para Coimbra e das estações centrais do lugar onde estavam para a zona industrial fazendo atrasar a entrega das cartas e encomendas normais para levar as pessoas a usar o correio azul e similar mais caro, etc
E cereja no bolo, descobri-a só quando percebi que a franquia normal passou de 32 para 36 cêntimos, um aumento de 4 cêntimos sobre 32 cêntimos, ou seja, um aumento de mais de 12%, neste tempo em que (sobre)vivemos. Pagamos por haver só este serviço postal públicatéprivado? Pagaremos qualquer preço quando não houver outro serviço postal mesmo sendo privado mas livre de toda a concorrência?
Não há regras a impedir que um distribuidor possa danificar propriedade intelectual alheia em circulação por um serviço pré-pago ou pago antecipadamente?
Quem é que anda a perseguir-nos até nos tornarmos num país de tristes que nem postais podem enviar uns aos outros sem serem atropelados por algum bando de empreendeprivatizadoreschanfrados? Não tem família que lhes dê nas canelas?
A minha mãe diria: "Se não são burros, partem a merda com os joelhos!"
O número de palavras da lingua
(…) O número de palavras da lingua portuguesa é limitado, pelo que o número de frases de dez palavras também. Entre todas as frases possíveis obtidas, combinando de todas as maneiras possiveis dez palavras portuguesas, a maioria não têm qualquer sentido; entre as que o têm, apenas uma pequena parte define um número inteiro determinado. Há, portanto, um número ilimitado de números inteiros assim definidos, entre os quais existirá decerto um máximo. Juntemos um a esse número máximo e obtemos o número mínimo entre os não definíveis com dez palavras no máximo da língua portuguesa. Chamemos-lhe x. Como interpretar a seguinte frase de dez palavras: Seja x o número inteiro mínimo indefinível por dez palavras? (…)
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