A propósito de uma antiga visita de jovens poetas do Porto à Escola José Estêvão publiquei umas folhinhas em 1991.
eram assim as páginas exteriores:
Provavelmente ninguém se lembra.
Pelo sim, pelo não, vou publicando os poemas dos esquecidos na escrivaninha , sob o título exacto escola de poetas .
Pequenas coisas do passado.
Haverá quem pergunte porquê estes poetas? A pergunta tem sentido, a resposta talvez não tenha. Se são os meus preferidos? Alguns escrevem pérolas que eu arrisco pescar nas suas pequenas lagoas privadas. Mas há quem escreva mais pérolas, maiores e mais acetinadas ao meu gosto. Se os conheço bem? Conheço alguns deles, mas isso não interessa coisa alguma. Outros sempre os perdi, como perdi todos os contactos com poetas e poderosos. Fiquei a ver como cresciam. E de vez em quando ouço falar deles e de outros que também penso vir a lembrar se souber por onde eles andam ou por onde andam os poemas que eles escreveram e ninguém sabe. Eu trato desta minha parte do mundo. Outros tratarão das outras partes do mundo. Como se reconstituísse o meu muro de berlim - esse de que se guardam as pedras depois o ver derrubado.
Não é o caso do José Carlos Soares a quem escrevo todos os dias, porque todos os dias tento lembrar-me de mim antes de ter crescido para a morte, essa viagem por fazer que todos os dias me é insinuada por algum cartaz de uma funerária agência de viagens.
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