Lightenings

Já várias vezes disse que 'o lado esquerdo' é nome sugerido por um texto do Carlos de Oliveira, eu creio, em que ele escreve o desejo de "deitar-se sobre o lado esquerdo na esperança (vã?) de poder esmagar o coração". Ontem e hoje, folheei os trabalhos poéticos de Carlos de Oliveira e não encontro a minha citação exacta. Também procurei uns outros textos de Jorge de Sena em busca disso (memórias vagas...).

Não encontrei o que procurava, mas encontrei muitas outras coisas, a começar pelo Carlos de Oliveira.

Mas aqui deixo um reencontro com Seamus Heaney (na reescrita de Vasco Graça Moura) no que eu dele mais gosto (hoje):

VIII.
Dizem os anais: quando os monges de Clonmacnoise
estavam todos em prece no oratório
surgiu um barco no ar por cima deles.

A âncora desceu tão fundo que ficou presa
ao parapeito do altar e então, quando
o baloiçar do grande casco se imobilizou,

um dos tripulantes desceu agarrado à corda
e tentou libertá-la. Mas em vão. "Este homem não pode
aguentar a nossa vida aqui e vai afogar-se".

disse o abade, "a não ser que o ajudemos". Assim
fizeram, o barco solto partiu, e o homem lá trepou
para fora do maravilhoso mundo como o tinha conhecido.

Sem comentários:

as caras mais a cara do burro feliz