Jorge Sampaio fez de Presidente e dissolveu a Assembleia da República. Não fez o mais óbvio que seria demitir o governo de Santana que era, dia sim dia não, uma coisa ou avesso de coisa ou coisa nenhuma. A maioria da Assembleia essa era uma bem estável retaguarda da coisa, fosse ela qual fosse.
Se Jorge Sampaio tivesse demitido a coisa, receberia de volta a mesma cabeça para outra coisa que seria a mesma coisa. Ao dissolver a Assembleia, Sampaio diminui Santana e livra-se dele a prazo por via do voto popular. Pensa-se que a maioria do povo votante não dará para o peditório em que os cabeças da coisa irão fazer de lopes pelas portas. Aquilo pareceu tanto um circo que quem mais se envergonhou foram os tradicionais mandantes e paus mandados da família de Santana. Quase podemos dizer que a herança do comissário José Manuel foi recusada em primeiro lugar pelos seus aparentados. De tal modo que, por Portas travessas, os da coisa chegaram a dizer que a coisa passou a coisa nenhuma pela mão dos banqueiros a quem Sampaio cedeu para defender interesses inconfessados. Olhem para os banqueiros, gestores e empresários sempre ao lado do povo e em desaguisado com Bagão, Barreto, Mexia, Portas, etc.
Durante algum tempo, a coisa foi muito civilizada e pela televisão só passavam as poses de estado e uma ou outra intervenção de respeito pela veneranda figura do chefe do estado. Mas, em pouco tempo, todas as relações civilizadas arrefeceram e azedaram os discursos. Mesmo ainda antes de a coisa se ter demitido para passar a ser a coisa da gestão dos assuntos correntes, em vez de coisa diminuída por Sampaio, já o inefável Morais (inteligente no Campo Pequeno) escrevia a letras de ouro o fado do caudilho Sampaio.
Bem o mereceu Jorge Sampaio. Ao aceitar nomear Santana há quatro meses, adoptou um filho já crescido que nunca foi mais que aquilo que sempre foi lá onde foi alguma coisa. Quem tem filhos tem cadilhos - diz-se. O suspeito do costume, Freitas do Amaral, devolveu a classificação de caudilho para Santana, vá lá saber-se porquê. Eu sou mais terra a terra: Santana como primeiro ministro, sendo filho adoptado, é um cadilho para Sampaio. E um pecadilho.
[o aveiro; 17/12/2004]
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