Um prego no sapato continuou uma discussão que tinha passado por mim. Não me interessa minimamente a toleima - Filomena Mónica e os "filhos de Rousseau - que anima a luta de correntes sociológicas e de ciências da educação e de matemáticos. Não me convencem. A teoria de uma conspiração de algumas ciências da educação ou cientistas da educação dominantes que estaria a dominar tudo e teria levado o ensino a um desastre é coisa que só pode defender quem não ensina crianças e adolescentes na "escola para todos". Nós sabemos que a realidade nunca tem a ver com o que se escreve e até sabemos que quem ganha na prática são o autoritarismo e o paleio do senso comum básico - e que infelizmente tem um efeito devastador na escola para todos. Vivo num mundo em que os dois lados da toleima teimam em entrar-me pelos ouvidos como se estivessem mais interessados em levar-me à surdez que em resolver qualquer problema. De vez em quando, frente a frente chego a acordo com cada um dos lados para ver o contrário do que se disse ser repetido logo ali ao lado para outro público... que espera a novidade e o sossego da consciência com alguma atribuição de culpa a outros.
Mas afinal quem ensina e certifica a imensa maioria dos professores de matemática? Qual é a corrente dominante na formação de professsores de matemática em Portugal? Quem fala mais alto nisto afinal? Se há uma conspiração vencedora, qual é a facção que venceu e não assume a responsabilidade do falhanço?
O que me interessa disto tudo é mesmo a utilização das propriedades das operações e a ilustração geométrica para as igualdades algébricas no básico. A figura ora vale mais que mil palavras ora abafa todas as palavras do futuro.... No ensino da matemática, qual o papel das figuras?
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