o teu canto

Tanto te desejei. E, ao mesmo tempo, desejava
uma paz sem desejos, inerte, a paz do cemitério

para onde me carregavam em ombros os dias
que já passaram e os que ainda hão-de passar

até que eu faça o caminho de olhos fechados


para tudo e se parece que em vida por nada me espanto
é porque nada me espanta... nem mesmo a vida:

esse teu canto.

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