Sete em cada dez estudantes portugueses tiveram classificação negativa nas provas de exame de Matemática do 9º ano. E da primeira fase de exames do 12º ano, ressalta que é negativa a classificação média dos estudantes portugueses que concluiram positivamente a frequência do ano escolar. E ela tem vindo a baixar nos últimos quatro anos.
Estes resultados negativos são consistentes com os resultados das provas de aferição e com as prestações dos estudantes portugueses nas provas internacionais.
Estes resultados revelam que a escola pública (e a privada também) está a falhar. Se acreditarmos no que se diz sobre as explicações e a sua generalização a uma grande parte dos estudantes, o falhanço é ainda mais dramático. Aparentemente, as famílias estão a gastar o que têm e o que não têm, aceitando que os jovens não trabalhem na escola e pagando mais falta de trabalho fora da escola.
Temos de saber que, para lá de todas as razões, há falta de disciplina e de trabalho dos estudantes e das famílias que mobilizam pouco os recursos disponíveis tanto quanto nos é dado ver no dia a dia das escolas. Tanto quanto nos é dado imaginar pelas reacções aos resultados dos estudantes e da comunidade em geral. Há uma certa displicência nacional inaceitável.
Temos de saber. Temos de discutir para evitar que todas as apreciações da situação apareçam derrotadas e sem sentido por atribuirmos todas as falhas a uma mutante entidade abstracta que muda com os governos que mudam as políticas. Temos de saber que o problema da educação é um problema nosso e que nos cabe a nós todos a responsabilidade de fazermos diferente, impondo disciplina e trabalho constantes que se sobreponham a políticos e políticas inconstantes e à indisciplina que o aparelho deste estado está a criar. [Afinal temos de fazer as pequenas revoluções opostas às reformas desta união nacional de multireformados palradores. Sabemos hoje de que é que eles falam quando falam de impulsos reformistas e da inevitabilidade das reformas da sociedade. Falam das suas reformas antecipadas e da sociedade anónima em que transformaram o país, como o mau exemplo... a não seguir.]
Temos de saber que nos podemos salvar. Opondo trabalho persistente à tralha arranjista e negocista. Podemos passar nos exames trabalhando. Podemos exigir de nós e das escolas. Podemos contar connosco. Nada de conformismos! Quem precisa de mais explicações? Não vale a pena dar mais explicações para tão maus resultados.
[o aveiro; 21/07/2005]
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