a gota de mágoa

Fulano partia todos os dias, manhã cedo,
para um trabalho a tempo inteiro

e só à terça lhe sobrava uma hora
para fazer o que estou a escrever agora.

Ao domingo comia com o vidro do tinteiro
o rio de tinta por onde no barco, que metia medo
em vez de água,
havia de remar a partir de segunda

desde a foz até à gota de mágoa
uma demanda fecunda

da nascente

2 comentários:

J.T.Parreira disse...

Meu caro Arsélio, não é pelas almas esta palavrinha que lhe deixo, é pela boa escrita que aqui encontro. Gostei deste texto: chama-lhe poema? Pois bem, É.
Um abraço
JTP

adealmeida disse...

Obrigado. Agradecemos a compreensão e apoio: eu e as almas.

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