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A semana que passou foi rica de acontecimentos. O Ministro do Ensino Superior veio dar por conveniente o encerramento daquilo a que chamaram universidade independente. Ainda considerou um prazo para reclamações. A vida tem destas coisas: ainda se dá um prazo a uma espécie de universidade em que aparece um reitor que é vereador de uma câmara e a tempo inteiro funcionário da nossa caixa geral. Há gente com capacidades espantosas. Sobredotados estes verdadeiros artistas! E eu sou um artolas, embasbacado perante tanta competência!

Aproveitou e bem o Ministro para falar de tudo o que não é independente da independente. Precisamos agora de saber onde começa a degenerescência. Num país atrasado como o nosso, com tantas faltas em cidadãos com formação secundária e superior, não podemos dar-nos ao luxo de amputar o sistema de uma universidade acreditada pelo estado por ser notório o descrédito da empresa privada e sem sabermos quando e quem deixou abandalhar o sistema de acompanhamento pelos governos da nação.

E confessemos que isto passa das marcas. Neste confuso país de doutores e engenheiros, cada dia se descobre mais uma tolice. Afinal, antes de ser o nosso primeiro, o nosso primeiro foi deputado e alguns três anos antes de ser engenheiro já era engenheiro deputado. Coisa mais tola e desinteressante! Que raio de ideia leva uma pessoa, aparentemente inteligente, a deixar-se enredar numa teia destas! E para quê? Por norma, vou perdendo de vista os meus amigos à medida que a sua importância vai crescendo, seja na vida política, seja na vida académica, seja na riqueza... Mas, ao contrário do que faço acontecer-me, ao longo da minha passagem por este mundo, dou por mim a ver muitos amigos entre os importantes a encontrarem-se em todos os lugares. Na política e no futebol, na política e na vida académica, na política e nas finanças, ... Somos levados a pensar que talvez não sejam encontros casuais. E se trate antes de magníficos encontrões num jogo a que assistimos de olhos vendados.

O nosso primeiro atou os seus sapatos de verniz aos títulos provincianos e tanto tropeça que o país tropeça até se gastar num mal estar de estúpido. O sítio certo para explicar o que se passa é a televisão ou é o parlamento?

O major pode recusar os tribunais comuns e ser julgado na praça pública da televisão? Nim.



[o aveiro; 12/04/2007]

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