um dia depois e...

Um dia depois e não somos quem éramos
que importa termos sido tão intensamente

se ontem ou hoje ou amanhã o nosso lugar
é uma onda de vento que quase não se sente.

Se fizemos do nosso corpo uma embalagem
e nela cabem as fotografias que fomos rasgando

o corpo pode ficar ou levar-se a si em viagem
que quem não souber onde somos saberá quando.

1 comentário:

© Maria Manuel disse...

sim, «Um dia depois e não somos quem éramos»,
«que importa termos sido tão intensamente/ se ontem ou hoje ou amanhã o nosso lugar/ é uma onda de vento que quase não se sente.»

mas se for um vento que se sente, no momento exacto em que fomos, deverá deixar de ser vivido intensamente, ainda que venha a não ter importância? e não poderá ser importante ainda que numa fracção de segundo?

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