Volto sempre a este lugar
à casa habitada pelos fantasmas
que vivem como amigos comigo
e para mim cantam em falsete
sonetos de amor e esperança
humana frágil e ridícula
como voz que mastiga as neblinas
o próprio bocejo dos fantasmas.
Por saber que me usam e deitam
fora como um lenço roto
para o cesto da roupa suja
enquanto alguma vida ainda resta
guardo fiapos de vozes das aves
no sem-fim da tardinha deste lugar.
1 comentário:
Gosto do que escreve Ar(t)selio.
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