Cercavas-me
para que eu me rendesse
dentro dos teus muros altos
como abraços
ou fugias pelas veredas
mais estreitas
como o mar
corre a afogar-se num braço da ria
e lá chegado
virasse do avesso o barco do céu
em jeito de brincadeira a água
levantasse o corpo no ar cheio
varrendo a lua ao espelho num charco
eu transbordante.
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