O Encontro da Associação de Professores de Matemática trouxe-me a Elvas. Aproveito para meter os pés ao caminho. Logo de manhã, palmilhei uma longa e larga avenida que passa pelo Coliseu. O Coliseu é, por fora, um cilindro. É um coliseu. As bancadas em anfiteatro cercam uma arena redonda. Nesta altura em que um palco toma conta da arena, de onde os convidados falam para os professores, custa-nos imaginá-la com touros e chocas, toureiros, bandarilheiros e forcados, cavalos e cavaleiros, para além do “inteligente”, claro. Um palco cercado por cabos e grandes máquinas de som e luz vai servir para um concerto de Rui Veloso que vai ocupar parte da minha noite de amanhã. Não me custa imaginar que aquele é um lugar bom para o concerto de amanhã.
Serve isto para contar a forma empolgante como o Presidente da Câmara de Elvas falou da sua cidade, das suas Escolas Secundária e Superior Agrária, dos seus Museus e Cine-Teatro, dos professores de Matemática que ocuparam a cidade e se repartem por todos aquelas instituições em certas sessões e se juntam no Coliseu para grandes sessões plenárias e para as festas.
Seve isto para dizer que o Presidente da Câmara de Elvas sabe da importância da fronteira quando ela serve para separar e sobre ela refere as muralhas e toda a monumentalidade convergindo para o alto centro, sabe reconhecer-se nas linhas de Elvas com que se cose, ao mesmo tempo que sabe da importância da fronteira quando ela serve para ligar, referindo-se sempre a Badajoz, aqui tão perto, como o lugar do vizinho que vem ao Coliseu pela auto-estrada Lisboa- Madrid a passar por Elvas e Badajoz e torna Elvas uma terra de atracção para congressos internacionais e nacionais, de associações profissionais, industriais, comerciais, ...
Palmilho o dentro e o fora das muralhas. E encontro a cada esquina caras conhecidas de professores dos ensinos básico, secundário e superior de Matemática. De certo modo, é como se estivesse na casa dos professores de Matemática. Sei que a partir de quinta feira, uma parte destes professores estará em Badajoz a reunir-se com colegas de Espanha num Seminário sobre a Investigação em Educação Matemática. Vão até lá sem sair de casa, sem dar o salto.
Sinto-me bem. Temos muitas dificuldades, é certo. Encontramo-nos no lugar certo para nos darmos conta delas e, quem nos dera, darmos conta delas com o espírito do lugar a ajudar.
[o aveiro; 4/9/2008]
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