uns dias faz sol noutros dias faz-se a chuva e o frio
por fora e por dentro de nós caímos em nós variando
entre sensações umas e outras marcadas pelo andar
lento entre as árvores que perdem as folhas como eu
perco palavras por dizer ou esquecidas na cesta do pão
manhã cedo ainda havia muito tempo para falar ou calar
e transformámos os dias em espera pela calada da noite
um silêncio escuro o cansaço de tudo ter dito por dentro
o lugar que sou eu ou tu conforme é quem lê eu ou tu
a realidade ou a ficção em que ela se transforma no amor
clandestino que de mim fez tanto menino como velho tímido
entre o calor e o frio dos dias temerosas antecâmaras da noite
em que caímos até não haver mais que ver ou até viver
sei lá se vai ser procissão de romaria o funeral deste solavanco
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