se um dia chover demais e eu escorregar com a chuva,
pelo chão dissolvido até não ser mais que a turvação
ou a iniquidade na água corrente e não puder avisar-te
para que não me bebas na corrente é porque sim
me esqueci de tudo e de ti também
disso saberás vendo-me água corrente como se fosse eu espelho ao espelho
sem mostrar sinal de te conhecer ao passar olhando-te fixamente
com os meus liquefeitos olhos presos na cabeça da água
escorrendo como as outras águas pluviais a caminho
da saída onde deixei de te ver até não sobrar lembrança de ti
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