Também eu sou Charlie
Matem-me! Eu também tenho
marcadores, lápis, canetas
Também sei usar a cor das
trovoadas
Apaguei deuses e dogmas do
meu suor
Bani as sombras e os sofismas
Aboli a infâmia do meu coração
Chamei os bárbaros para a mesa
da democracia, da tolerância e da
laicidade
Responderam-me com poções
mágicas, benzeduras e venenos de
deuses
Matem-me agora na mesa quente
dos desenhos e cartunes
onde a arte toca o sangue
Também quero pertencer ao gesto
que riscou as cavernas
Firmino Mendes
Lisboa, 08.01.2015
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