a demolição
por aqui, como em casa, nunca abandono
as pequenas coisas. não sei abandonar.
a maldição de não saber sair de casa
onde se amontoa a tralha que a enche
como se enche o casinhoto ao canto do campo
com as ferramentas e a sua ferrugem
nem as ferramentas nem a ferrugem existem
enquanto eu continuo a guardar na cabeça
cada uma delas e as veja olhando o rasgão
aberto, instalado na cabeça que não abandona
e eu não abandono a ela antes de ser abandonado
por ela
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