lembro-me de ti muito vagamente
mas não sei - como posso saber? -
se ainda tens os dentes todos
o que pouco me interessa e só me intriga
poder viver pendurado pelo desejo de saber
dos teus dentes que talvez nunca tenha visto
porque, disto lembro-me bem, reagias lentamente
a cada parvoíce minha e o instante feliz
nunca mereceu mais que um meio sorriso
que eu sempre soube, de fonte segura,
não era mais que um disfarce da amargura
sobre o nível actual da minha falta de juízo
ou as nódoas que eu não via mas viviam
comigo bem visíveis na gravata que eu não vestia
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