......uma promessa a mim mesmo que esqueci um pouco mais tarde como provei umas páginas adiante do mesmo caderno que vou deitar fora
Vou começar a marcar as datas em que me sento para escrever.
Durante estes últimos anos deixei de marcar datas por pensar que nunca me esqueceria ou porque haveria algum marco a avivar-me a memória.
Agora perdi toda a esperança nas minhas memórias. Ainda não me deixei esquecer algumas poucas datas. E seria ridículo tentar apontar datas que outros me indicassem porque não seriam as minhas.
Tenho de descansar.
De então para cá esqueci-me das datas e também deste caderno que abri por acaso (ao escolher cadernos para abate) e onde encontrei muita geometria e outras deambulações de que me não lembrava.
A tapar alguns do meus disparates geométricos nos estudos então tentados, li o seguinte borrão da mesma mão que escrevera os disparates:
Nada me parece igual
embora nada tenha mudado de lugar
nem de hora
só um pequeno senão
que não vejo é bastante
para que tudo pareça diferente.
E não sei o que é
diferente
ou só parece diferente.
ou
só pareço indiferente.....
................
Vamos à baixa ouvir as gaitas
Não podemos esperar ver as gaitas
Só podemos olhar a escuridão
reflectida na água
Nem um som se vê
Só podemos saber que andam
à solta no vento.
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