porta de entrada - para sair do index onde se perdeu

entrada
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a porta de entrada é a porta de saída - disse-lhe a mãe, sem apontar qualquer saída.
o filho bateu com a porta para poder perguntar: -
quem fica dentro?
hoje está um dia quente! - respondeu a mãe, deitando-se sobre a cama acabada de mudar.
fecha a porta, mãe! vem para dentro! os vizinhos estão a espreitar! - o filho falava docemente.
quando acordar, parto! ainda não sei o caminho, mas tem de haver uma saída de mim! - disse a mãe, antes de adormecer.
bateram à porta, mãe! vou abrir? - perguntou o filho, já a mãe tinha partido de si.





- quem chegou? oh meu sussurro de ar! és tu? entras tu ou saio eu?
- a minha mãe? viste a minha mãe?
- ela passou por mim, livre. disse que me esperavas. é verdade?





oh doce encantamento! os teus dedos que separam as nuvens
de fumo do meu cigarro incandescente preparam a ternura
de não mais que um gesto cego e vago passeio de ar no meu peito
enquanto uma erupção faz de mim a nascente do rio de lava
que procura a foz em ti, em teu delta - a espera ansiosa que finda.

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