2002/09/10 - oração

(enviada em Setembro de 2002 para O Aveiro [oaveiro… netcabo… pt] nesse tempo(?)
em que tropecei hoje) Não me lembrando agora e não sabendo se foi publicado ou não..... vou procurar saber...



oração pelo dia seguinte


Todos os bons deuses de todas as religiões são infinitamente bondosos, justos e misericordiosos, para além de estarem cheios de compaixão por todos os seres sem excepção.
E eu sei, bons deuses do mundo, que de vós não há razão para esperar maldade. Eu sei que, onde existis, estais cheios de compaixão para com esta humanidade atribulada. Mas sei também que não tendes qualquer controle sobre aqueles que se declararam vossos instrumentos nesta terra. Se tal vos fosse possível, bem eu gostaria que não deixasses os malucos deste mundo continuarem a invocar os vossos santos nomes em vão.


Em nome do deus do ocidente (deus e capital) os nossos impérios (e os nossos imperadores invocando a fé) destruíram e destroem países, massacraram e massacram inocentes fiéis e infiéis nos cantos do mundo. Em nome de alá se massacraram e massacram fiéis e infiéis em todos os cantos do mundo. Em nome de outras religiões ou ideias e doutrinas se massacra neste mundo. E todos massacram o planeta azul, pequeno para tanta maldade humana. De tal modo e monta isto é que eu já nem sei como sobramos vivos. Devemos agradecer a vós, deuses, a dádiva da nossa improvável vida?


Mudai,oh deuses!, a cor deste mês de setembro - setembro negro, setembro de pinochet, setembro das torres gémeas, … - e deixai que os meses dos calendários humanos sejam coloridos pelas cores da paz em vez da guerra, do amor em vez do ódio, da vida em vez da morte.


Se todas as religiões têm deuses para abençoar e paraísos para prometer também têm diabos e infernos para ameaçar. Pena é que falem de céus e infernos para depois da morte, quando a verdadeira ameaça é a de transformarem a nossa vida e da humanidade num inferno.


Se não for pedir demais, oh alá!, livrai o povo do iraque do seu déspota e fazei o mesmo em similares sultanatos e emiratos. Em troca, não me cansarei de rogar ao nosso deus que nos livre dos impulsos guerreiros (contra o iraque e o mundo) dos nossos demoimperadores que, viciados em petróleo e outras especiarias, "snifam" o cheiro do poder nas hecatombes que provocam.


E perdoai-me, deus, por descer ao nível do nosso inferno caseiro. Sede misericordiosos com o nosso chefe guerreiro paulo portas que invoca o vosso nome para a sua governação. Ajudai-o a desatar o nó da corda que teceu para se enforcar e o nó da garganta que ora lhe tolhe a fala. E perdoai-o nesta hora em que ele já não sabe o que não diz!

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