asilo
lá fui vivendo enquanto as mais vulgares
palavras entretanto expulsas dos versos
pediam asilo em línguas estrangeiras
palavras entretanto expulsas dos versos
pediam asilo em línguas estrangeiras
canto da véspera
não projectei o plano do passado e não projecto o plano do futuro:
sobrevivo num separador plano de presente
qual brinquedo macambúzio
em vez do canto do tempo ouço
a tempestade longínqua
vinda da véspera como um tremor
nos alicerces
sobrevivo num separador plano de presente
qual brinquedo macambúzio
em vez do canto do tempo ouço
a tempestade longínqua
vinda da véspera como um tremor
nos alicerces
ela sabe.
o homem empurra uma carroça carregada com estrume. a mulher inda ao longe e já saúda em alta voz ti manel ti manel como vai? para onde leva a sua vida? o homem responde em voz baixa levo a vida a enterrar. e a mulher sem o ouvir sempre acrescenta pois ti manel faz bem em enterrar o seu esterco. o homem murmura mal ela sabe que eu estou mesmo a mudar de casa e eu mais o que a carroça leva é tudo o que tenho e cabe na cova que antes abri no lagoaceiro mal ela sabe. já a par com a carroça a mulher faz-se ouvir para só ele ouvir a nossa vida é uma merda manel. ela sabe.
durante a tarde
agora toma a minha mão direita na tua mão esquerda
e dá-lhe o puxão que ela aguarda ou deseja:
rasga-a de mim pelo pulso
rente à pulseira e algema
que a prende a ti
e dá-lhe o puxão que ela aguarda ou deseja:
rasga-a de mim pelo pulso
rente à pulseira e algema
que a prende a ti
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