sobre imaginar a vida

Uma vez por ano, um amigo traz uma garrafa de vinho e nozes colhidas em nogueiras de um lugar dele que eu não conheço. Em tempos, falei com ele sobre a luz coada pelas nogueiras, coisas da imaginação que acabei por nunca ver e por isso ainda é luz de um momento mágico.

Pelo meu lado, em cada ano, ofereço-lhe um livro que gosto de ver, mas não posso guardar. Este ano comprei um liivro enorme que não cabe em minha casa. Guardei o livro no carro, onde vou vê-lo às escondidas da minha família. Tomo todo o cuidado quando vou visitar o meu livro. Saio de carro e páro num lugar deserto. Tiro o livro do porta bagagens e deixo passar horas folheando o livro no banco de trás.
Se alguém espreitasse a minha leitura, estaria a oferecer um livro em segunda mão e isso nunca poderia aceitar.

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pelos olhos dos dedos

já não sei há quantos anos estava eu em Elvas e aceitei mais um que fui