se soubesse quem és podias chamar-me pelo nome ou
se soubesses quem eu sou podia chamar-te pelo nome
mas não há problema em saber ou não saber a solução
que me aflige é mesmo uma ausência sempre presente
um esquecimento de tudo em volta de eu reconhecer
num detalhe ou noutro as caras e os nomes e juntar
a cada cara o seu nome ou a sensação de um cheiro
a limão colhido durante um passeio pela noite dentro
se não deste por mim é porque eu nem existo como nome
nem como tempestade de que me lembre ou te lembres
ou como lugar onde tivesses estado e eu contigo só
vagamente as ruas passam a ser umas depois das outras
corridas pelos teus pés incansáveis e pelos meus olhos
feridos no mais alto miradouro a ver e chorar-me com dó
regressos lentos
uns dias faz sol noutros dias faz-se a chuva e o frio
por fora e por dentro de nós caímos em nós variando
entre sensações umas e outras marcadas pelo andar
lento entre as árvores que perdem as folhas como eu
perco palavras por dizer ou esquecidas na cesta do pão
manhã cedo ainda havia muito tempo para falar ou calar
e transformámos os dias em espera pela calada da noite
um silêncio escuro o cansaço de tudo ter dito por dentro
o lugar que sou eu ou tu conforme é quem lê eu ou tu
a realidade ou a ficção em que ela se transforma no amor
clandestino que de mim fez tanto menino como velho tímido
entre o calor e o frio dos dias temerosas antecâmaras da noite
em que caímos até não haver mais que ver ou até viver
sei lá se vai ser procissão de romaria o funeral deste solavanco
por fora e por dentro de nós caímos em nós variando
entre sensações umas e outras marcadas pelo andar
lento entre as árvores que perdem as folhas como eu
perco palavras por dizer ou esquecidas na cesta do pão
manhã cedo ainda havia muito tempo para falar ou calar
e transformámos os dias em espera pela calada da noite
um silêncio escuro o cansaço de tudo ter dito por dentro
o lugar que sou eu ou tu conforme é quem lê eu ou tu
a realidade ou a ficção em que ela se transforma no amor
clandestino que de mim fez tanto menino como velho tímido
entre o calor e o frio dos dias temerosas antecâmaras da noite
em que caímos até não haver mais que ver ou até viver
sei lá se vai ser procissão de romaria o funeral deste solavanco
Um dia teria de voltar
Depois da azáfama do Encontro Nacional de Professores de Matemática - ProfMat2010 - podemos voltar a esta margem esquerda, aquela que pode ser feita com o lado esquerdo do corpo e serve de prova de vidinha.
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