As mulheres, os fantasmas

A respeiito do julgamento das mulheres de Aveiro acusadas de terem interrompido voluntariamente a gravidez, recomendo a leitura do artigo de Leonete Botelho, Os fantasmas fora do armário , do Público de 11/12/2003.
Acaba assim:


O debate está lançado. No banco dos réus, em Aveiro, há 17 pessoas cabisbaixas, em silêncio. Mas à sua volta tocam sirenes e dançam fantasmas. No país agitado pela pedofilia, toca-se a rebate pelo direito das crianças, mesmo que não passem de um punhado de células. Voltará a discutir-se o que fazer com os embriões congelados nos laboratórios. Voltará a discutir-se quando começa a vida.

Para se declarar a morte, o conceito medicamente assumido é o da morte cerebral, e não a paragem cardíaco-respiratória. Por uma questão de coerência, porque não usar o mesmo critério para estabelecer o início da vida?

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