Lá mais longe, onde o amarelo
das searas dá lugar ao monte,
a oliveira torcida de dor e sede
geme ao vento que a despenteia.
Lá mais longe e mais acima,
uma nuvem despe-se e despeja
o poeta para a sua terra de ninguém:
A corrente de cio do ventre de sua mãe.
Lá mais longe, onde o amarelo
das searas dá lugar ao azul do céu,
um poeta declama o silêncio.
As palmas das mãos abertas ao vento norte,
o poeta vira as costas a esta vida, ao sul do sol.
Que frágil espelho reflecte a vida na morte!
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