Numa pequena falha de chão do Brasil
parte da minha alma caíu do norte alto até morrer.
E se sobra alma ainda, ela vagueia roendo palavras
e cuspindo as cascas das últimas sílabas de despedida.
Porque alguém incendiou um pavio em petróleo barato
e ferveu o vidro da chaminé
A alma arde como ardem as asas da borboleta
traída pela luz
Pelo instantâneo clarão, pelo soluço da noite e pelo cano do susto,
o que sobrar da alma cai na vertical
até ao ígneo centro da terra
onde o inferno estava no tempo em que o diabo
me segredava ao ouvido.
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