a manta de cinza

cobre-me a manta de cinza o sono inconsciente
para não ouvir a manhã chegar e ela não chega
nem parte

embora o vento sopre mais que um fôlego
e os pulmões da terra ardam para um último esforço:

o alento do cavalo quando chega ao sítio
onde cair morto encontra um prado
incendiado por um cavaleiro armado até aos dentes
cerrados pela ansiedade numa glória vã.

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pelos olhos dos dedos

já não sei há quantos anos estava eu em Elvas e aceitei mais um que fui