hoje
as flores estão a murchar nos castiçais
que marcam o território, a cova aberta,
o brusco rasgão na terra que me cabe em herança
e para onde a alma me foge,
alma errante, sem corpo ansiando o meu corpo
escondido como uma cova fora da cova
como um sulco por quem a finados dobram silêncios
os ocos dos sinos
hoje
eu sou a cova em que o meu corpo cabe
e nela falta.
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