Desenho 8 - Antigo desenho de uma reunião "come olhos"



Já sentia a falta de um desenho para me descansar. Gosto de desenhar. Em folhinhas pequeninas ou nas toalhas de papel ou em folhas secas de uma árvore que as deixe cair dentro do meu sonho no sono descansado.

Li e recomendo

Ainda há poucos dias, recomendava um artigo de Ana Sá Lopes. Pois hoje aqui estou a recomendar um outro."Estado de Direito, 'Estado das Coisas' ". Aparentemente sobre o mesmo assunto "justiça, pedofilia, abuso sexual de menores,…", recomendaria a leitura do editorial de O Público da autoria de Eduardo Dâmaso, "O TC e a Casa Pia ".
Do mesmo jornal, para além do ranking das escolas (que merece um caderno destacável e a que voltaremos aqui certamente), recomendo a carta aberta de Pacheco Pereira a Lobo Xavier sobre a coerência, a que deu o título de "Missão Impossível" e que aparece no ABRUPTO . O Abrupto já se livrou da publicidade de topo. Como terá feito?

Edifício que educa

Na semana passada, estive a trabalhar com professores de Matemática numa escola do Funchal. A Escola da Levada situa-se numa encosta. Das janelas da escola, podemos ver os quintais verdes de bananeiras, os jardins e a cidade a espreguiçar-se até ao mar. Mas se olharmos para mais perto, vemos os campos de jogos da escola ainda sem alunos. Os campos (e são muitos) estão cercados, bem marcados, com os pisos tratados. Olhando com mais atenção, vemos homens a trabalhar nos campos de jogos da escola. De fato macaco, consertam as madeiras e os ferros das balizas. Já estive várias vezes nessa escola e sempre me deixou feliz a boa conservação dos equipamentos que ia vendo.
Visitei também algumas escolas de Aveiro. Ando feliz por ver que muitas têm melhorado as condições e se têm tornado mais habitáveis para todos os que nelas trabalham (funcionários, professores e estudantes) e acolhedoras para os que as visitam. O caso mais recente de recuperação e melhoria bem visível é o da Escola Mário Sacramento.

Falo de escolas, porque é o mundo em que cresci e trabalho. E falo das obras de recuperação (e manutenção) porque tenho para mim que os cidadãos ou se formam em escolas e cidades que lhes sirvam de casa saudável que aprendam a respeitar e a preservar ou se deformam para o desprezo pelo serviço público de educação, outros serviços, espaços e equipamentos públicos. A falta de condições dos espaços escolares (a começar pelas de higiene) ao longo das últimas décadas (e ainda hoje) é um indicador de pobreza mental. Ninguém aprende a respeitar a cidade e a nação (o seu património natural e construído) com palavras. As palavras dos professores sobre a cidade não anunciam a cidade a partir do deserto. São antes palavras ditas sobre o que a cidade deve ser, em salas degradadas no avesso das palavras proferidas e ouvidas dentro dos muros da cidade.

Entrei para uma escola primária sem condições (nas outras aldeias não existiam ou eram bem piores), passei por liceus e faculdades em que a pobreza de meios e a falta de condições eram mais visíveis que a ciência e a cultura. E trabalhei em várias escolas tão degradadas quanto milagrosas já que, apesar das suas condições, formaram cidadãos exigentes, zeladores e construtores da cidade. Precisamos que os pais e mães dos actuais estudantes não aceitem as escolas tal como as viveram e exijam espaços escolares dignos para os seus filhos.

Pelo meu lado, fico feliz pela manutenção dos campos de jogos da escola da Levada e assim estou a desejar para as escolas de Aveiro campos com bons pisos e com os equipamentos necessários bem cuidados. Quando me entusiasmo com as obras de recuperação de uma escola, quando me maravilho com uma biblioteca escolar luminosa e confortável (como a da Escola Mário Sacramento) estou a dizer que todas as escolas precisam de bibliotecas luminosas e confortáveis. Porque as boas escolas educam. A civilização da escola exige bons edifícios escolares. O edifício e seus equipamentos educam mais que as palavras e também denunciam o valor que os poderes atribuem à educação.

Os cidadãos passam muito tempo nas escolas da cidade. Aprendemos a abraçar a cidade e o mundo, enquanto subimos os andaimes para os trabalhos da casa que a cidade é.

[o aveiro, 25/09/2003]

Política para a imigração deste governo(?) ou do Portas(?)

No artigo "Portas que se fecham e se abrem" congratulava-me pelas divergências entre Pacheco Pereira e Paulo Portas e dava a entender que isso era bom em parte porque significava que a política de Portas podia não ser a da coligação no poder. Ou mesmo que fosse, essa divergência abria uma fenda ainda que envergonhada. Devo vir aqui dizer que no fundmental concordo com o que Ana Sá Lopes escreve no Público do passado dia 20, sob o título "O gémeo diferente". Desse artigo de Ana Sá Lopes, com a devida vénia, transcrevo dois parágrafos:

(...) Quando o secretário de Estado Feliciano Barreiras Duarte classifica como "demagógica uma visão extremista que diz que Portugal não precisa de ter imigrantes porque estão a tirar trabalho aos portugueses", não é movido por qualquer arroubo unipessoal: foi certamente autorizado por Durão Barroso para conter, em termos de imagem governamental, a deriva populista de Paulo Portas, segurando o PSD num papel mais tranquilizador, social-democrata, que rejeita discursos negativos sobre a imigração para agregar o eleitorado moderado.

Temos, assim, a coligação a funcionar em plenitude, dividindo tarefas: Durão Barroso, no sossego político de quem já aprovou a nova lei da imigração que fixa anualmente "o montante" de entradas, pode dedicar-se ao discurso humanista, tolerante, não chocando a "esquerda" do seu partido, o PSD. Paulo Portas, com todo o prazer, ocupa-se dos extremos da direita, cujo eleitorado corre o risco de vir a ser seduzido pela Nova Democracia de Manuel Monteiro.

as duas pastas

Trago sempre duas pastas dentífricas dentro da pasta onde guardo também alguma roupa interior e lenços de assoar. Nunca me foram úteis a...