"Pamelia Kurstin: Theremin, the untouchable music"

Arselio Martins partilhou um vídeo consigo no YouTube
"Pamelia Kurstin: Theremin, the untouchable music


por TED
http://www.ted.com Virtuoso Pamelia Kurstin plays and discusses her theremin, the not-just-for-sci-fi electronic instrument that is played without being touched. Songs include the classic "Autumn Leaves," Billy Strayhorn's "Lush Life" and a composition by David Mash, "Listen: the Words Are Gone." Piano: Makoto Ozone.


Follow us on Twitter
http://www.twitter.com/tednews

Checkout our Facebook page for TED exclusives
https://www.facebook.com/TED
©2015 YouTube, LLC 901 Cherry Ave, San Bruno, CA 94066

noite feliz!

tudo terás com abundância e de tudo comerás! - assim te manda a bondade do menino filho de uma mãe sem abrigo e de um pai ausente em nuvem incerta. e tudo comes na noite feliz e quando já não sobra coisa que se coma darás por ti a comer-te depois de seres comprado por ti ao dono do burro.

o desenho do melhor perfil

O roubo do presente (José Gil)

O ROUBO DO PRESENTE “Há pelo menos uma década e meia está a ser planeada e experimentada quer a nível do nosso país, quer na Europa e no mundo uma nova ditadura - não tem armas, não tem aparência de assalto, não tem bombas, mas tem terror e opressão e domesticação social e se deixarmos andar, é também um golpe de estado e terá um só partido e um só governo - ditadura psicológica. Nunca uma situação se desenhou assim para o povo português: não ter futuro, não ter perspetivas de vida social, cultural, económica, e não ter passado porque nem as competências nem a experiência adquiridas contam já para construir uma vida. Se perdemos o tempo da formação e o da esperança foi porque fomos desapossados do nosso presente. Temos apenas, em nós e diante de nós, um buraco negro. O «empobrecimento» significa não ter aonde construir um fio de vida, porque se nos tirou o solo do presente que sustenta a existência. O passado de nada serve e o futuro entupiu. O poder destrói o presente individual e coletivo de duas maneiras: sobrecarregando o sujeito de trabalho, de tarefas inadiáveis, preenchendo totalmente o tempo diário com obrigações laborais; ou retirando-lhe todo o trabalho, a capacidade de iniciativa, a possibilidade de investir, empreender, criar. Esmagando-o com horários de trabalho sobre-humanos ou reduzindo a zero o seu trabalho. O Governo utiliza as duas maneiras com a sua política de austeridade obsessiva: por exemplo, mata os professores com horas suplementares, imperativos burocráticos excessivos e incessantes: stress, depressões, patologias, border-line, enchem os gabinetes dos psiquiatras que os acolhem. É o massacre dos professores. Em exemplo contrário, com os aumentos de impostos, do desemprego, das falências, a política do Governo rouba o presente de trabalho (e de vida) aos portugueses (sobretudo jovens) O presente não é uma dimensão abstrata do tempo, mas o que permite a consistência do movimento no fluir da vida. O que permite o encontro e a intensificação das forças vivas do passado e do futuro - para que possam irradiar no presente em múltiplas direções. Tiraram-nos os meios desse encontro, desapossaram-nos do que torna possível a afirmação da nossa presença no presente do espaço público. Atualmente, as pessoas escondem-se, exilam-se, desaparecem enquanto seres sociais. O empobrecimento sistemático da sociedade está a produzir uma estranha atomização da população: não é já o «cada um por si», porque nada existe no horizonte do «por si». A sociabilidade esboroa-se aceleradamente, as famílias dispersam-se, fecham-se em si, e para o português o «outro» deixou de povoar os seus sonhos - porque a textura de que são feitos os sonhos está a esfarrapar-se. Não há tempo (real e mental) para o convívio. A solidariedade efetiva não chega para retecer o laço social perdido. O Governo não só está a desmantelar o Estado social, como está a destruir a sociedade civil. Um fenómeno, propriamente terrível, está a formar-se: enquanto o buraco negro do presente engole vidas e se quebram os laços que nos ligam às coisas e aos seres, estes continuam lá, os prédios, os carros, as instituições, a sociedade. Apenas as correntes de vida que a eles nos uniam se romperam. Não pertenço já a esse mundo que permanece, mas sem uma parte de mim. O português foi expulso do seu próprio espaço continuando, paradoxalmente, a ocupá-lo. Como um zombie: deixei de ter substância, vida, estou no limite das minhas forças - em vias de me transformar num ser espectral. Sou dois: o que cumpre as ordens automaticamente e o que busca ainda uma réstia de vida para os seus, para os filhos, para si. Sem presente, os portugueses estão a tornar-se os fantasmas de si mesmos, à procura de reaver a pura vida biológica ameaçada, de que se ausentou toda a dimensão espiritual. É a maior humilhação, a fantomatização em massa do povo português. Este Governo transforma-nos em espantalhos, humilha-nos, paralisa-nos, desapropria­-nos do nosso poder de ação. É este que devemos, antes de tudo, recuperar, se queremos conquistar a nossa potência própria e o nosso país." JOSÉ GIL (filósofo)

A laranja

Vi como ela olhava a laranja. Ouvi a insistência como ela chamava a minha atenção para a laranja de duas faces, ao mesmo tempo que garantia fotografias da laranja. Durante alguns minutos vi a laranja preparar-se para ser múmia no museu dos olhos amorosos dela. Saí por momentos do lugar de culto da laranja.
Quando voltei, a laranja estava cortada no prato. É deliciosa, disse ela.
Não há amor maior!
Mas dei pelo fio de sangue no canto da boca. Talvez seja um enxerto de toranja sanguínea - justificou-se.

despudor claro

quero não me levantar ou antes  não levantar os ohos  para ver lá fora   e ainda não tinha olhos que não chorassem comigo   pela seguinte cu...