E há lugares com nomes que nos ficam. Erro! Melhor ainda: Alto do Erro!
Um pintor ingénuo não pode resistir à matemática da coisa.
vi(r)agem
Num dia como os outros
solta-se entre as palavras
um fumo enrolado pelos açores
e o brinde tinto lava uma terra inteira:
como uma trave na arquitectura da casa da calheta
a gargalhada comum voa nos corredores
até se enterrar no sagrado chão
onde o chão não existe
porque uma mansa vaca pasta a nossa passagem
pelo mundo.
Num dia como os outros
desistimos de olhar para longe
olhando para dentro.
Nem um BEijo de feira em Aveiro. E, no distrito, o Bloco de Esquerda triplicou o número de votantes, afirmando-se como "terceira" força política na maioria dos concelhos, tão pequena quanto potente nas diferenças. No concelho de Aveiro, assim é: pura força das ideias e seu movimento.
Passando pelos intervalos da chuva e praticamente sem discussão pública vai ser votada a lei de bases do ensino, apenas com os votos da maioria. Deve tratar-se da medida mais absurda e demagógica das muitas a que temos assistido na vigência deste governo. Choveram apelos à discussão, à busca de consenso, a alterações pontuais de aqui e dali, mas o governo não ouviu nada. Fossem elas vindas dos partidos da oposição ou de instituições de ensino, o governo preferiu manter-se no mais profundo autismo político e fazer aprovar uma coisa que terá a validade do executivo. Ou seja, nenhuma. Passaremos os próximos anos debaixo de uma avalanche diluviana de problemas até que se perceba que a lei de bases é para esquecer. E o pior disto tudo é que nesta enxurrada irá o que ela tem de bom e o que tem de mau, sendo previsível que para o ensino sobrará o caos que já é visível. Lamentável.