a fina flor

falamansa é serpentês...

tiques

o jota fala mansa com passos de coelho não  tem tiques autoritários? tem, tem.
candidato a primeiro ministro, com candidatos a presidente da assembleia da república, com nomeações a cargos executivos da cgd - tudo coisas que não são das suas competências nem do governo.
há quem diga que é inexperiência. há quem diga que é eficácia.

eu não penso isso. e não dou pouca importância a estas pequenas coisas que muito representam em abuso de poder para grandes salários e uso de poder.
psd e cds no governo:
psd na cgd (faria de oliveira, rui machete, nogueira leite, rebelo de sousa, ...).
como se chama a nova  perninha do cdspp na cgd?

apesar das denúncias sobre a corrupção por via da promiscuidade com as grandes sociedades de advogados (também foram ouvidas pela troika...) nas administrações para as grandes decisões e apesar das grandes declarações partidárias nas campanhas eleitorais,  o jota fala mansa dá saltos de coelho cavalgando administrações sem ligar a regras e até a leis como se fossem pequenos senões.

O estado de excepção de Cavaco

Logo que foram conhecidos os resultados eleitorais (ou parte deles), sem esperar pelos resultados oficiais do sufrágio e sem sentir necessidade de ouvir sequer os partidos com assento parlamentar como é das normas, Cavaco indigita informalmente (só pode ser) Passos Coelho para formar governo. Eficácia, dizem uns. Desrespeito pelo Parlamento, dizem outros.
Está bem acompanhado Cavaco. Os comentadores de serviço a regimes de excepção reagiram céleres a inquietações sobre a constitucionalidade de actos e medidas previstas no programa de resgate que os três partidos do arco do poder assinaram.  Sem se preocuparem com a constituição que como seu garante  foi eleito o presidente da república e os eleitos dos partidos para governarem de acordo com ela, sendo que todos eles juram respeitar  a constituição nas suas tomadas de posse.
Acrescentam nos seus comentários que será inaceitável que se use a constituição como impedimento ao cumprimento dos prazos previstos para as medidas a tomar impostas ao arrepio das normas constitucionais do país de tão devotos patriotas e democratas. Alguns deles já foram alertando o tribunal constitucional para que não se torne num empecilho ao supremo desígnio do resgate para salvação das almas portuguesas. E desenterraram um clima excepcional (muito calor, muito frio, muito dinheiro) e  tempos de excepção para suportar eventual desrespeito da constituição. Procuram-se argumentos a favor do estado de excepção.
Cavaco faz-se  presidente de um estado excepcional. Quantas mais excepções serão abertas neste caldo dos governos presididos por jotas e janotas? Sempre aceitaremos interromper a democracia por 6 meses para pôr ordem nisto. Os jotas não se lembram de anteriores interrupções. Mas ainda  vive quem se lembre.

A última vitória de Cavaco

Cavaco não é o presidente de todos os portugueses. Sabendo bem que, em economia e finanças, nunca há um só caminho e que, mesmo entre os economistas e financeiros não vinga a tese de uma estrada real para escolher modelos de saída da crise, Cavaco não hesitou em indicar como opção da república um dos caminhos e logo uma causa de governação e o leque das figuras de governo. Mais: não hesitou em contaminar processos de eleição em curso com as insinuações da tragédia de futuros salários em atraso, o que foi acrescentar medo ao medo da ignorância ampliado pelo problema de ter sido governante e ser presidente de uma república europeia em que são admitidas práticas de salários em atraso sem culpa e sem castigo, e práticas abusivas de precariedade dos vínculos laborais e respectivas remunerações. Curtos prazos para o medo, condicionando ou marginalizando todas as opções diferentes das suas. Temos um financeiro, rodeado de financeiros, capaz de jogos financeiros e capaz de viver com a miséria dos trabalhadores sem o salário equivalente mau da produção já realizada e até mesmo já retribuída em transferências de valor e capaz de lhes lembrar que pode conviver com situações piores do seu povo. A sua acção, a merecer concretização célere pelos seus - PS, PSD, CDS e outros figurões detentores de poder económico ou simplesmente financeiro, ficará marcada não por conhecermos o seu sentido de voto, mas por ter feito do seu voto uma arma apontada a quem tem modelo diferente do seu. Portugal é uma nação que parece amarrada a financeiros (que lembrança a minha!).
Por último, vale a pena referir que, além da indicação de sentido de voto (só não foi capaz do partido único e se contentou com uma coligação tripartida), transformou-se no primeiro presidente a retirar o direito à crítica cívica aos que não foram às urnas neste seu plebiscito. Na nossa democracia, ainda há quem se considere presidente de todos os portugueses baseado numa fé de pai que quer o melhor para o seu povo e que se acha no direito de condicionar a decisão livre dos outros seus concidadãos. Mesmo sendo pouco crente em autorizações divinatórias, quaisquer que elas sejam, sempre vou lembrando que o futuro a deus pertence e que Cavaco está longe de (ser) deus e é agora seguramente presidente de uma parte dos cidadãos de uma pequena república da Europa,  temente dos sentimentos dos mercados financeiros. Pouco valor atribui às pessoas.... essas que são sensíveis e que ainda lhe retribuem votos até perceberem que merece, para além da reforma... algo mais que sentimentos. Os meus sentimentos aqui ficam. Não lhes atribuo qualquer valor de mercado. Sei que os sentimentos de Cavaco têm valor nos mercados, ao contrário dos meus.

a 5 de junho....

... vencem os que nos troikatrilham...
... enquanto outros recomeçam combates de sempre, como sempre.

manifesto eleitoral

perguntam-me que vou fazer quando me reformar.
posso responder a isso.
tenho muitas coisas ainda por fazer que sempre fui adiando e talvez já não possa fazer porque nunca tomei notas e esqueci-me de muitas palavras que me ficaram atravessadas na garganta e nunca foram ditas e muito menos escritas e
a) posso voltar a estudar matemática básica com disciplina e afinco.
b) posso ler poesia com disciplina e afinco.
c) posso ler romances com disciplina e afinco.
d) posso escrever algumas frases de que me lembre.

e) e posso desenhar.

para isso preciso de tempo e
para tudo isso e para tomar banho concertei as mãos gastas a arranhar as paredes possíveis e a trepar paredes erguidas a pique contra mim muitas destas por mim erguidas.

desenhar o desnecessário sentido

desenhar um monte de

olhaste para ela e viste o quê?

daqui a pouco é noite

daqui a pouco é noite e acendem-se as luzes da fogueira
para  encher praças de assombrações e máscaras confiantes

que dançam na alegria dos comícios das festas manifestantes
contra a ganância mais podre mais cruel e carniceira

daqui a pouco é noite antes das avisadas noites que virão
adivinhadas arrogâncias de catedrais que não descansam

nem esquecem a arte das fogueiras de sombras que dançam
num fragor de derrocada do altar  proclamada como sermão

daqui a pouco é noite nós cá estamos despertados moribundos
não se esqueçam de nós que vos passámos pelas penas do perdão

ai como sempre se esqueceram de nós nas casas dos fundos
nós contamos as canções mudas do pavor na vossa ressurreição

daqui a pouco é noite ainda vamos a tempo esperem um pouco
ainda sobra um alento ainda sopra o vento num verso rouco

ainda há gente a gritar ainda há gente a rir ainda há gente ainda
que forma a frente a unida frente que vos faz frente e nunca finda

daqui a pouco é a noite que à luz do dia é ainda  a mais linda.

a cidade onde

desenho, logo existo

to BE or not to BE...

... to BE!

Votar contra os que nos odem

Dou por mim a pensar no passado que conheço
E sem fazer profecia alguma que isso não vem ao caso
Levanto-me do chão de vespas em que amanheço
Para me coçar onde me mordem as virtudes um pouco ao acaso

E para me lembrar em cada dia que rápido passa
De ladrões e quadrilhas que me roubam sono e vida
Sem haver prisão que os detenha e como isso é desgraça
Fazer votos e dar voto que seja lenço e desejo de despedida

Ajudando assim a minha gente mesmo que ela seja insensata
E medrosa e crente na eterna demissão face aos que tudo podem
Vou votar com pontaria afiada que mesmo uma pistola de lata
Pode ser a melhor arma de dignidade contra os que tudo odem

Idade média

Hoje é um dia bom para transcrições de notas que os amigos me fazem chegar. Outra:

"Na última semana beatificámos um papa,
 casámos um príncipe,
 fizemos uma cruzada e matámos um mouro.
 Bem-vindos à Idade Média!"
 
(autor desconhecido)
 
 

a gestão da crise

 Uma amiga lembrou-me que

É sempre bom saber...
"... os portugueses comuns (os que têm trabalho) ganham cerca de metade (55%) do que se ganha na zona euro,

mas os nossos gestores recebem, em média:
- mais 32% do que os americanos;
- mais 22,5% do que os franceses;
- mais 55 % do que os finlandeses;
- mais 56,5% do que os suecos"

(dados de Manuel António Pina, Jornal de Notícias, 24/10/09)

se um dia, eu me esquecer

se um dia chover demais e eu escorregar com a chuva,
pelo chão dissolvido até não ser mais que a turvação
ou a iniquidade na água corrente e não puder avisar-te
para que não me bebas na corrente é porque sim

me esqueci de tudo e de ti também

disso saberás vendo-me água corrente como se fosse eu espelho ao espelho
sem mostrar sinal de te conhecer ao passar olhando-te fixamente
com os meus liquefeitos olhos presos na cabeça da água
escorrendo como as outras águas pluviais a caminho

da saída onde deixei de te ver até não sobrar lembrança de ti

o tempo que faz lá fora



O meu amigo poeta José Carlos Soares publicou "Este perder-se" -  selecção de poemas - que inclui 3 desenhos de reuniões feitos por quem faz laboriosos bordados nas reuniões.  É uma boa notícia do meu tempo lá fora.  Aqui dentro de mim, tento não me perder,  sem perder de vista o essencial que é o tempo que faz lá fora.

desenho de época

desenho de época

não é preciso escrever bem, preciso é descrever o que nos irrita

As clientelas do poder ganharam tanto mais poder quanto podemos reconhecer as caras de gestores da coisa pública que favorecem a coisa privada até se tornarem saltimbancos entre a coisa pública e a privada num sistema de transferências milionárias que, não correspondendo a competências reconhecidas, não podem significar outra coisa senão troca de favores no estado aos sectores privados da economia. A tal ponto as caras rodam de um para o outro que quase podemos arriscar que o que é sector público serve interesses privados ou então é o privado que é público e notório depender do que é público. Até ser normal que seja o público que paga roubos e erros da alta finança privada. Ministros e secretários de estado de governos ps, psd e também cds tornam-se administradores e gestores de empresas públicas e privadas, institutos e fundações, envolvidos todos por uma nuvem de suspeita admissível de troca de favores, em que cada um é cliente de outro em algum negócio. A ideia que defendem hoje para o futuro do país, todos juntos e em uníssono falam da sua ideia para o país, é a voz obscena de uma voragem sem limites. Olhe-se para eles e meça-se em dinheiro recebido, em enriquecimento ilegítimo para não dizer ilícito, o fosso que os separa do povo que dizem defender. Não haverá já outra medida para tanta desfaçatez.


Sussurram por maiorias absolutas para novo governo a favor das clientelas de poder cuja ganância não pára de crescer em tempo de crise. Fingem mesmo que todos os que não quiseram governar-se não querem, nem podem nem sabem governar. Dizem, como disse Francisco Balsemão, que não se pode contar com eles para assumir a responsabilidade do governo. E é verdade porque todos sabem que estão a falar do seu governo, dos seus governos, da manutenção e consolidação deste estado de sítio em que se garante o lucro obsceno de poderosos e afilhados, ainda que à custa da miséria dos povos.

Quando Fernando Madrinha se exalta contra as declarações obscenas daquele diogo dos campos do psd sobre salários e impostos, eu estou de acordo com ele. Mas é acabrunhante ler, logo de seguida, que o país tem de ser governado por alguém aparentado a personagens desse calibre (que até já foi dirigentes do banco de portugal (deus meu!) e dele recebe reforma (por alma de que serviço, perguntarei) excluindo da possibilidade de governo todos os economistas, académicos, técnicos, operários, etc só por não terem doado qualquer parte da sua vida para o peditório a favor de si mesmos, de milionários banqueiros e outros trapaceiros.

Sabemos dos currículos trapaceiros de ministros e administradores com excelentes resultados em votos e em lucros obtidos, sem precisar de mais que fazer o favor de trocar o favor do estado. Ainda um dia, há-de haver alguém que se dê ao trabalho de comparar o currículo daqueles com que Balsemão não conta para governar, com os currículos dos que se têm governado e são os melhores para esses cargos. Há uns tipos que até talvez sirvam para ganhar os prémios tipo pessoa e afins, mas nunca para governar. Porque governar, para os do costume, é meter a mão na massa - literalmente falando.

Por estes dias... a verdade a esconder-se

Há uns dias atrás, no Público on-line, lia-se a promessa de Passos Coelho de no futuro próximo não ir colocar no aparelho de estado o pessoal do costume, reconhecendo ao mesmo tempo que o PSD usou o estado para empregar muita da sua gente, sempre que ocupou o cadeirão do poder. Até pode ser um propósito firme de emenda.
No Público de hoje, ...escreve-se na página 6 do caderno principal que ... o socialista João Cravinho disse ontem que a administração pública está “infiltradíssima por lobbies e clientelas responsáveis pela corrupção do Estado”, defendendo, por isso, que “é necessário despartidarizá-la”. Falando no encontro Pensar Portugal, em Vila Real, o ex-ministro socialista disse que os partidos têm um comportamento que não permite às pessoas terem grande esperança, porque as suas intervenções não se dirigem à resolução dos problemas. O Estado, segundo Cravinho, está capturado por interesses. Por isso, considerou, tem de haver “transparência” na administração pública para que não haja “compadrios, soluções duvidosas e protecção de determinados interesses à custa dos interesses de todos”. Para Cravinho, é “urgente” que a Constituição garanta uma administração pública transparente.Mas, frisou, “para isso não basta haver uma lei que depois ninguém cumpre ou cumpre mal”. Segundo o ex-ministro, a insustentabilidade das finanças públicas é reflexo da falta de competitividade e crescimento e, se este problema não se resolver, Portugal terá sempre “finanças públicas reprimidas e em muito mau estado”. Temos a certeza que João Cravinho sabe do que fala.


Passos Coelho, cujo currículo é prenhe de competências reconhecidas, em período eleitoral para o poder do estado de sítio, reconhece que o seu partido PSD funcionou como agência de emprego e malfeitorias contra o Estado. João Cravinho, ex-ministro do PS e nomeado para... por..., reconhece que o aparelho de estado está infiltradíssimo sem falar do partido socialista e falando de todos os partidos. De facto, estas duas notícias garantem-nos só e muito simplesmente que tudo se resume a crimes do PS e do PSD.

Os outros partidos, que não o PS e o PSD, fizeram alguma infiltração?

nunca mais

1.

só diz nunca mais
quem não sabe de quantas mudanças
são feitos os dias de cada um

minha mãe perguntava para onde vais
tu que não tens jeito para danças
só podes ir a lugar nenhum

sabendo que eu acabava por partir
para onde ninguém me esperava
pelas ruas nuas e em estações vazias

para onde o frio que estava por vir
vinha zangado e em cada rajada gritava
a terrível solidão das noites mais frias

só diz nunca mais
quem não sabe adivinhar o choro no fado
que nos diz que tudo será como deus quer

minha mãe chorava sem ter ido a qualquer cais
separar-se do filho que voltara já enterrado
na pressa de não fazer viúva a que seria sua mulher

2.

nunca mais a escuridão nos dias claros
nunca mais antes a morte que tal sorte
de assobiar para espantar o medo

podemos dizer agora nunca mais porque agora é cedo
porque sabemos que a morte qual vida eterna? é mesmo morte
e já morreram os abraços dos amigos cada vez mais raros

de "Teógnis de Megara"

(...)
Pois todos temos pensamentos manhosos:
mas ao passo que um não quer seguir o mau proveito,
a outro agradam mais as congeminações enganosas.

Da riqueza não há limite que se mostre aos homens,
pois aqueles de nós que mais têm, esses
apressam-se a duplicá-la. Quem saciaria todos?
Para os mortais a riqueza é demência,
donde vem desgraça que toca ora a um,
ora a outro, quando Zeus a envia aos infelizes

Sendo cidadela e torre para o povo de mente vazia,
ó Cirno,o homem nobre só obtém pouca honra.

Não nos cabe considerarmos-nos homens salvos,
mas uma cidade, ó Cirno, totalmente saqueada.

(...)

(F.Lourenço, Poesia Grega, Cotovia, Lisboa: 2006)

25 de abril...

... sempre!

do que gosto mais nas negociações é...

... daqueles senhores que os jornalistas identificam como sociedades de advogados e se identificam a si mesmos como "agora não, não levem a mal"...

... e de ter sabido que o muito nosso ex-ministro da tal ex-economia, manuel pinho, também já trabalhou no fmi e para o fmi em algumas negociações, a confiar no próprio que o comunica em crónica d'o expresso...

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